No ônibus

Já comentei aqui que vou para a universidade de ônibus, já que assim não tenho que pagar estacionamento (que é sempre caro), os custos com combustível além do fato que não sou eu que tem que ficar atenta ao tráfego, motoristas imprudentes e tudo mais que envolve estar na direção. Outro fator que tem sido bem explorado como um forte argumento de deixar o carro na garagem é por questões ambientais.

Assim, aproveitando todos os argumentos acima entro no ônibus por volta de 8:15 da manhã e em 20 minutos estou chegando no meu destino. Os ônibus só tem motorista e uma máquina que "engole" o dinheiro, não tem como dar troco, emitindo em seguida um cartão que pode ser usado por até duas horas e meia em outros ônibus. Como sou uma passageira assidua eu tenho um cartão magnético que encosto no local apropriado sendo registrado mais um passageiro no ônibus. Muita gente usa esse cartão, em especial estudantes. Mas o curioso é que por várias vezes vi pessoas entrarem no ônibus procurar o cartão por todos os lados e descobrir que não está com o tal cartão magnético. As pessoas ficam desconcertadas e quando o motorista percebe a situação o que geralmente acontece é o motorista falar que tudo bem, e se a pessoa tem dinheiro ela vai lá e paga se não...coloca na máquina o que tem disponível!!! Outras vezes, pessoas completamente desconhecidas oferecem o dinheiro ao passageiro sem o cartão. Já presenciei várias dessas situações e, em geral, o tratamento é cordial e solidariedade é o ponto alto da situação. Óbvio que sempre se encontra uma motorista aqui e acolá que é mal humorado e fala alguma coisa que intimida mas felizmente para nós, usuários de transporte coletivo, essa não tem sido a regra que tenho observado.

E o parecer foi...

...favorável. Sim, mais um passo dado em relação à nossa mudança de visto para poder extender a nossa estadia aqui e, pelo que parece, abortar de vez a idéia de voltar ao Brasil. A embaixada brasileira enviou a carta que foi pedida pelo governo americano e estamos a um passo de mudar o visto de J para H. Com essa possibilidade em vista nos já tinhamos procurado high school, equivalente ao segundo grau, para o filhote e temos tentando manter as coisas sob equilibrio para os novos desafios que estão a caminho. Em maio teremos definitivamente que mudar para um outro lugar, isso nos deixa preocupados com o que iremos conseguir. Mais uma vez um monte de perguntas nos vêm a cabeça, será que essa é a melhor opção? será que vai dar certo? O que eu posso dizer é que o Luiz tem tido algumas oportunidades e que isso está mudando o rumo das nossas vidas, parabéns ao meu marido pelo esforço, dedicação e por estar alcançando objetivos. Nós estamos muito felizes!!!

A decoração de natal

Estranho falar de decoração de natal no fim de fevereiro, né? Eu também achei estranho ainda ter decoração de natal durante o mês de abril no primeiro ano que passamos aqui, mas essa é uma realidade por essas bandas. Em fins de novembro é possível ver as casas enfeitadas com luzes e no jardim, na frente das casas, bonecos de papai Noel, renas, bonecos de neve entre outros enfeites que lembram o tema natal. É bonito passear nas ruas, ver os enfeites, luzes e com o frio e a neve tudo fica igualzinho ao que a gente vê nos filmes e bem diferente no nosso natal tropical. Após serem colocados os enfeites a tendência e que as temperaturas caiam mais, semana após semana o frio vai apertando já que o inverno está recém começando em dezembro e, pelo que pude observar, poucos se dispõe a retirar a decoração de natal após o natal. As pessoas vão deixando tudo lá, continuam acendendo as luzes a noite, enfim parece que o natal foi outro dia. Em fins de março, ou abril o frio começa a dar trégua, então chega a época de retirar a decoração de natal do exterior das casas. Achei isso curioso e, realmente, qual a presa em retirar os enfeites se está tão frio lá fora?

De volta para o passado

Esse mês de fevereiro foi muito frio por aqui e temperaturas em torno de -40 graus foram tão comuns que atualmente quando temos temperaturas em torno de -15 graus dizemos que está quente e nem é necessário tantas camadas de roupas!!! Além do frio, que não nos impedia de fazer o básico mas que não nos estimulava a fazer nenhum passeio, tivemos um mês bastante agitado com Luiz fazendo várias viagens para visitar diferentes universidades. O caminho do aeroporto conheço de olhos fechados!!! Com tantas viagens sobra arrumar malas, lavar e passar roupas mais do que o usual, além de enfrentar mais o fogão já que o cozinheiro oficial estava sempre de mala na porta. Como consequência ainda irá sobrar mais fogão pra mim pois o marido está com a desculpa que as aulas dele estão atrasadas e precisa de tempo para acertar o passo. Tudo desculpa para não cozinhar!!!! Fora isso para o Tomaz as aulas de natação e esgrima do moleque já estão rolando o que significa eu ter mais esse compromisso, leva-lo para se divertir. O professor de esgrima já me convocou a colocar a roupa, máscara e pegar uma espada para também me divertir, sei não, acho que não tenho muita coordenação para a brincadeira....mas de qualquer forma poderia ser útil...

Numa grande viagem do tempo estou tendo contato com colegas da minha época do segundo grau, que fiz na Escola Técnica Federal do Espírito Santo (ETFES). Bom ter notícias de vários desses colegas, lembrar de uma fase difícil da vida mas que também me trás boas lembranças.

O dia seguinte

Hoje me sinto melhor com relação as agressões verbais recebidas da funcionária da embaixada brasileira, nada como o tempo... Talvez, esse meu sentimento seja por que ainda tenho esperança que ela irá seguir a recomendação feita e enviar o documento que preciso para o lugar correto. De qualquer forma me sinto refém de uma pessoa que não tem responsabilidade com as obrigações que estão depositadas em suas mãos, com o fato de não ter tido a chance de apresentar meus argumentos e ter sido chamada de ignorante, por querer apenas seguir as regras. É realmente ultrajante essa situação. Bem, a vida segue e tenho certeza que não sou a primeira pessoa e nem serei a última com essa péssima experiência com funcionários públicos.

Uma foto antiga da nossa primeira viagem ao lago Superior em 2004.

Lembranças do serviço público brasileiro...

O serviço público brasileiro é famoso pela "agilidade", pela "presteza" e "educação" com que trata os contribuintes. A regra é sermos mal atendidos, termos documentos extraviados e depender da boa vontade do atendente. Quando temos a sorte de lidar com alguém de bom senso e que faz o serviço da maneira apropriada achamos que acertamos na loteria.

Enquanto fora do país pouco (ou nada) dependi dos serviços prestados pelo consulado ou embaixada brasileira. Do serviço público americano também pouco tive contato, mas naquilo que tive que lidar as coisas foram diretas, rápidas e seguindo as regras e normas que eles colocaram as coisas funcionaram e aconteceram antes dos prazos máximo estipulados. Enfim, com essa amostragem, quase que unicamente relacionada a processos de vistos, posso dizer que tenho experiências bem sucedidas. Talvez, se ficasse mais tempo aqui e tivesse necessidade de outros orgãos a minha avaliação pudesse ser diferente. Porém, o que posso dizer é sobre o que já conheço. Por outro lado, as duas vezes que precisei do governo brasileiro nas terras do tio Sam, essas experiências foram de amargar, me deixaram irritada, com lembranças pouco saudáveis do funcionalismo público brasileiro e muita vontade de mandá-los para a PQP.

Para meu azar todos os dois contatos com o funcionalismo público brasileiro aqui aconteceram nesse último mês. Um sobre a regularização do meu título de eleitor e outro por questões relacionadas ao nosso visto. Nesse último assunto eu enviei o papel fornecido pelo governo americano com as instruções do que era necessário ser emitido pela embaixada brasileira e para onde mandar o tal documento que preciso. A pessoa que me atendeu, se recusou a enviar para o endereço fornecido e disse mais, que estava errada a informação fornecida pelo governo daqui, que se o documento não fosse enviado para onde ela queria, o tal documento não seria enviado!!! Fui educada e tentei argumentar com a senhora, que me disse que eu não sabia de nada, foi grosseira e eu tive que escutar e ainda tentar mais uma vez argumentar com ela. Criou uma situação que não sei ainda o que irá dá no final. Minha conclusão é que os funcionários do serviço público brasileiro pensam que estão fazendo favor para o contribuinte, independente do lugar que ele esteja. Além de acharem que com aquele "poder" que estão incumbido é possível brincar com a vida dos outros.

Aventuras no frio...

Quando chega a época que faz muito frio não temos muita coisa a fazer além de ficar em casa. As saídas são limitadas a passeios que são absolutamente necessários, como ir ao supermercado, sair para trabalhar e escola e quando está todo mundo no limite e cheios de ver TV e os livros já foram devorados (caso especial do Tomaz) vamos dar uma volta num shopping ou uma ida ao cinema, se tem alguma coisa interessante. O duro é quando nessas saídas acontecem coisas inesperadas!!!

Duas semana atrás as temperaturas estavam muito baixas (sensação térmica de -40 graus C), tinha que ir ao lab trocar amostras e tals mas quando tentei ligar o carro, no sábado de manhã, ele não funcionou. Estava tão frio (e a bateria já deve estar velha) que não consegui fazer o carro pegar. Ou seja, frustrada a minha troca de amostras naquele dia. No dia seguinte, domingo, precisamos pedir ajuda ao nosso seguro do carro, que tem um serviço para quando o carro apresenta problemas com bateria. O cara do seguro veio, conseguimos ligar o carro e deixei ele funcionando um tempo para recarregar e decidimos ir a uma loja trocar a bateria para não termos mais esse tipo de problema. Chegamos ao local e o Luiz falou para que eu deixasse o carro ligado, assim fiz, além de fazer um pouquinho mais...fiz uma grande besteira: tranquei o carro com a chave na ignição e o carro ligado!!! Com essa configuração não tinha como trocar a bateria e eu teria que ir em casa buscar a cópia extra da chave do carro para abri-lo. Tivemos que chamar um taxi para que eu fosse em casa e voltasse para resolver a questão. Estava um frio dos diabos, o taxi não chegava, já era meio da tarde e todos com fome...que programão de domingo!!! Enfim, quando voltei com a chave os caras da loja disseram que já estava tarde e não teriam condições de trocar a bateria, so nos restou voltar pra casa, eu com uma baita cara de tacho!!! Na segunda, que era feriado, decidi relaxar e fiquei brincando na cozinha fazendo biscoitos e suspiro (merengue).

Quanto a bateria do carro, ainda não trocamos, hoje e amanhã está vindo uma nova frente fria com temperaturas de trincar os o... espero que o carro funcione!!! Hoje tive que ir aos correios e sair do conforto dos prédios, o vento estava de matar, parecia cortar a pele. Detalhe, ainda não está frio como previsto, o que deve acontecer amanhã, so me resta colocar outra camada de roupa, mas o frio deve dar uma acalmada no próximo fim de semana. Janeiro se vai e também mais um mês do inverno, já começo a sonhar com a primavera...